Astronauta Medieval?
Tramas Espantosas

Sobre a entrada norte da Catedral de Salamanca, na Espanha, há uma escultura tão incomum que fotos dela deram origem a algumas histórias muito bizarras. Não é estranho encontrarmos esculturas em catedrais antigas; mas quando aparece um astronauta esculpido com riqueza de detalhes num prédio antiguíssimo, construído entre 1513 e 1733, as coisas começam a ficar complicadas.

Viagem no tempo? Não! Fotos forjadas no Photoshop? Não! As fotos são verdadeiras e qualquer pessoa que visite o local pode conferir pessoalmente que o astronauta esculpido realmente está lá. Visões futuristas sobrenaturais que alguém teve no passado? Não! Resultado da visita de extraterrestres em discos voadores durante a idade média? Não! Como é possível, então, que alguém da Idade Média tenha esculpido um astronauta naquela igreja?

A verdade, que os boateiros não queriam que fosse revelada, é que não foi na idade média, mas em 1992 que esse astronauta foi esculpido, quando a catedral passou por um extenso processo de restauração. Seguindo um velho costume, muitos escultores acrescentam às suas restaurações algo existente em sua própria época, como se aquela peculiaridade adicionada fosse uma digital artística que tornaria mais nítida a sua participação na obra realizada.

O astronauta da Catedral de Salamanca, ficticiamente divulgado por alguns como uma figura existente desde o período medieval, nada mais é do que uma homenagem do escultor ao astronauta soviético Yuri Gagarin. Foi assim que surgiu não somente a escultura do astronauta, mas também a de um dragão com um sorvete de casquinha na mão esquerda em outra escultura restaurada na mesma catedral. Há também um burro sentado vestido de paletó na igreja de Santa Júlia, boxeadores no monastério de Santa Maria de Sandoval, um celular na Catedral de Calahorra e um fotógrafo na Catedral de Palencia, todos na Espanha. Em outros lugares há até figuras de filmes de cinema, como um alien na Abadia de Paisley, na Escócia, Gremlins na Capela de Bethléem, na França, e a cabeça de Darth Vader na Catedral de Washington, para citar apenas mais alguns casos.

Mas você acredita que um houve pessoas que não gostaram nada quando a verdade sobre a história do astronauta medieval foi revelada? Houve entre eles alguns que afirmaram veementemente que, em 1992, o escultor havia apenas restaurado o que já existia desde a Idade Média. Outros afirmaram que a inexistência de fotos anteriores à restauração seria uma “prova” de que o astronauta já estava lá antes, e que essa “verdade” está sendo escondida. Mas qualquer pessoa inteligente desconfiaria que não há fotos anteriores àquela restauração apenas pelo fato de que não havia lá nada de interessante para ser fotografado.

Nem sempre as coisas são o que parecem e nem sempre as historias contadas são verdadeiras. Assim surgem as lendas, os boatos e as fofocas. Assim também se alimenta o preconceito, a injustiça, a opressão e até mesmo a tirania. É assim também que são criadas as maiores armas usadas nas grandes tramas e conspirações, armas que não são apontadas para prédios ou cidades, mas para as mentes de vítimas indefesas que passam a acreditar em coisas que nunca existiram, defendendo teorias absurdas como se fossem verdades.

Há pessoas que não se importam se o que as pessoas dizem é verdade ou mentira, desde que o assunto seja interessante. “Pois virá o tempo em que não suportarão a sã doutrina; pelo contrário, sentindo coceira nos ouvidos, segundo os seus próprios desejos juntarão mestres para si mesmos. Eles se recusarão a dar ouvidos à verdade, voltando-se para os mitos.” (2 Timóteo 4:3 e 4).

E você? Prefere uma história sensacional, ainda que falsa, ou a verdade, mesmo que ela não seja muito popular?

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Texto extraído do livro
Tramas Espantosas
da Editora Luzes da Alvorada.
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