Conspiração Noturna
Tramas Espantosas

Foi no mês de julho, mais precisamente no dia 18, que a tragédia teve início. A capital estava tranquila, dentro do que era possível para uma metrópole como aquela. Subitamente um incêndio de proporções apocalípticas irrompeu em algum ponto da cidade, alastrando-se rapidamente. Aquele foi um incêndio que entrou para a história, não por ter demorado cerca de seis dias para começar a ser controlado, mas pelas implicações que mudaram para sempre a história da humanidade.

Roma era uma cidade impressionante que tinha mais de um milhão de habitantes. Nela havia prédios residenciais com até cinco andares, água encanada, sistema de aquecimento e um porto de fazer inveja às outras nações. Completando a estrutura e os recursos daquela metrópole havia oitenta e três mil quilômetros de estradas, pontes e túneis. Ela era tão acessível que tornou-se conhecido, no passado, o dito popular: “Todos os caminhos levam a Roma”, do qual derivou a expressão: “Quem tem boca vai a Roma”. Algumas das pontes, estradas e túneis construídos naquela época estão em uso até hoje, o que revela algo de notável da engenharia da capital mais importante do mundo naquela época.

Estudiosos descobriram que Roma tinha uma qualidade de vida e desenvolvimento urbano tais que só foram equiparados no século 19. Poucos se dão conta hoje da tremenda tecnologia que existia na antiga Roma, mesmo no ano 64 da Era Cristã, quando o incêndio histórico aconteceu e quando Nero ocupava o trono.

A cidade era subdividida em quatorze zonas, dez das quais foram afetadas pelo incêndio, sendo que três delas foram completamente destruídas. Embora alguns pensem que o incêndio possa ter começado de forma acidental, o que se acredita é que ele foi provocado de maneira intencional e criminosa sendo que, por vários motivos, a principal suspeita recaiu sobre o imperador.

Nero tinha um projeto para a construção de um novo complexo palaciano no local onde está hoje o coliseu romano, exatamente onde o incêndio começou. Pouco tempo antes o Senado romano havia negado um pedido seu de desapropriação daquela região da cidade em favor da obra que pretendia realizar. As suspeitas se intensificaram quando, após o incêndio, seus agentes começaram a comprar terrenos nas imediações do palácio a “preço de banana”, obviamente com a intenção de ampliá-lo.

Ele articulou um plano, uma conspiração, uma trama sinistra para remover do local que estava cobiçando as casas e os seus moradores. Mas não existe plano perfeito quando alguém faz o que é errado; cedo ou tarde a pessoa vai ter problemas. E com Nero os problemas começaram na mesma noite, quando o incêndio saiu fora de controle e acabou destruindo a sua própria cidade.

Nero só pensou em si mesmo e no que queria. O que iria acontecer com as pessoas pobres que moravam naquele local? Ele não estava preocupado com isso. Ele fez o que queria sem se importar com ninguém. Não é raro vermos pessoas agindo friamente, sem se importar com os outros. Alguma vez você já sofreu porque alguém não se importou com o que iria acontecer com você? Isso é terrível, não é mesmo?

Quando for fazer algo ou tomar decisões que, de alguma forma, afetem outras pessoas, analise se você gostaria de estar no lugar delas e de sentir o que elas vão sentir. “Se vocês não fizerem isso, estarão pecando contra o SENHOR; e estejam certos de que vocês não escaparão do pecado que cometeram” (Números 32:23); outra tradução diz “sabei que o vosso pecado vos há de achar”. O mal que uma pessoa faz, cedo ou tarde, da mesma forma ou de outra, vai voltar para ela; é só esperar para ver. Você não quer isso para você, não é mesmo? Faça o que é certo e não pense só em si mesmo(a); assim não precisará temer que as consequências estejam esperando por você na próxima esquina.

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Texto extraído do livro
Tramas Espantosas
da Editora Luzes da Alvorada.
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