Numa Estrada Desconhecida
Não Foi Por Acaso

Certa vez, eu tinha ido a uma pequena cidade no Estado de Minas Gerais, chamada Albertina, uma localidade isolada no interior do estado sem muitas opções de acesso. O caminho entre Jacutinga, também em Minas Gerais, e aquela cidade era por uma estrada de terra estreita, cheia de curvas, altos e baixos.

Saí da cidade por volta das dez horas da noite e, como a estradinha pela qual eu havia chegado parecia ser inconfundível, tomei o rumo de volta e rodei por cerca de meia hora. Mas o tempo ia passando e eu não via nem sinal de Jacutinga. Cheguei à conclusão de que estava indo na direção errada e resolvi voltar.

De volta à cidade, identifiquei qual havia sido a confusão: a estrada errada estava na esquina da que eu deveria ter seguido e eram muito parecidas. Para quem não conhecia o local não era difícil confundir uma daquelas saídas com uma simples esquina que iria para algum sítio.

De volta ao caminho, demorei cerca de meia hora para chegar a Jacutinga, a qual atravessei, pegando em seguida a estrada principal em direção a Ouro Fino.

Rodei cerca de quatro quilômetros antes de perceber que havia algo errado: os faróis não estavam iluminando bem a estrada e o painel do carro parecia estar se apagando. Peguei o celular imediatamente a fim de iluminar o painel a e saber quanto havia andado, justamente no momento em que o mesmo emitiu aquele som característico de quando está se desligando por estar com a bateria esgotada.

Imediatamente olhei pelo retrovisor para ver se havia algum veículo vindo atrás e, num movimento rápido, tentei voltar para a cidade às pressas antes que algo pior acontecesse; mas não deu tempo. No exato momento em que eu estava com o carro atravessado na pista, durante o movimento de retorno, o motor morreu. Graças à Providência divina, a inércia do veículo foi suficiente (se algum anjo não tiver dado um empurrãozinho) para ele continuar seu movimento vagarosamente até que parou com a frente entrando no mato e a traseira ainda na pista.

Lá estava eu, num lugar deserto, sem conhecidos por perto, bem longe do meu destino (que era a cidade de Lindóia, no interior de São Paulo), constatando às 23h30 que não era só a bateria do celular que havia descarregado, mas a do carro também e sem sobrar nada. Mas não era só isso: aquela estrada não tinha muito trânsito nem durante o dia, quanto mais à noite; era estreita, escura e tinha o asfalto bem esburacado. Pior ainda: o carro estava parcialmente atravessado no caminho, pois não havia acostamento, em um trecho curto que ficava exatamente entre duas curvas. Naquele lugar ele poderia causar um acidente.

A situação era bem grave. Não passavam muitos carros por ali; os poucos motoristas que passavam ocasionalmente jamais seriam loucos o bastante para parar, às onze e meia da noite, a fim de ver o que havia acontecido com um carro desconhecido, estacionado entrando parcialmente no mato, sem nenhuma luz acesa em estrada semi-deserta.

Em pé, ao lado do carro, eu já tinha motivos para agradecer a DEUS, pois isso poderia ter acontecido no meio daquela estradinha de terra desconhecida na qual entrei por engano e nela rodei, ida e volta, por cerca de uma hora com os faróis altos ligados. Mas ali, naquela situação, não havia muitas opções, se é que havia alguma. Quanto tempo eu teria que ficar acenando com a mão até que algum carro parasse? Seria mais fácil algum carro parar depois que amanhecesse; mas até lá algum acidente poderia acontecer devido ao local onde o veículo havia parado.

Mas eu já havia visto DEUS atuar em minha vida de várias maneiras e sabia do que Ele é capaz. Sendo assim, em pé ao lado do carro, orei: “Querido Pai, preciso da Tua ajuda. Não tenho a quem recorrer e nem recursos para resolver este problema por mim mesmo. Se eu estivesse viajando de carro por esta estrada a esta hora eu jamais iria parar para atender a carro algum, pois poderia ser assaltado, como muitas pessoas já o foram em situações semelhantes. Pai, eu sei que só por milagre ou por Tua atuação algum carro pararia num lugar desses a esta hora. Já que é assim, não vou nem fazer sinal para carro algum, para que nem eu e nem ninguém mais possa dizer que foi ‘por acaso’ ou dar menos valor ao milagre que o SENHOR vai fazer. Sei que o SENHOR não precisa da minha ajuda para me socorrer e, sendo assim, vou esperar aqui, em pé mesmo, o socorro que sei que o SENHOR vai enviar, mesmo sem eu fazer sinal para carro algum. Quero que a glória seja Tua pelo meu livramento e que não haja dúvidas de que foi o SENHOR que o enviou. Meu Pai, me ajude, por favor, em Nome do SENHOR JESUS, Amém.”

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Texto extraído do livro
Não Foi Por Acaso
da Editora Luzes da Alvorada.
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