Ruído Na Luminária
Depois de um período considerável de chiado na lâmpada eu percebi abaixo dela algo parecendo uma leve nuvem de fumaça e comentei que aquela lâmpada, provavelmente, iria logo dar problemas e se apagar. Não demorou muito para que acontecesse algo que mudaria completamente o ambiente para todos que estavam ali: Um tremendo estrondo logo acima da luminária denunciou que algo na laje estava com problemas, e que algo de grande tamanho acabara de cair exatamente em cima da luminária que, “estranhamente”, suportou o peso e não caiu em cima de mim. Todos que estavam dentro do quarto e podiam andar saíram correndo, enquanto eu pedi à pessoa que estava me acompanhando para que empurrasse a minha cama a fim de que a mesma saísse de onde estava, daquele local perigoso. Isso foi feito sem maiores problemas, pois a cama tinha rodas. Toda aquela ala do hospital ficou alvoroçada. Os enfermeiros se mobilizaram imediatamente e remanejaram os pacientes para outros quartos, sendo que aquele foi trancado logo em seguida de forma que ninguém mais pode entrar nele, nem mesmo para buscar uma cadeira. O que parecia uma leve nuvem de fumaça era na verdade pó, e o chiado era o barulho deste caindo sobre a luminária de metal. Semanas depois, antes de sair do hospital definitivamente, fiquei sabendo que toda aquela ala foi isolada pouco tempo depois do ocorrido, para que os devidos reparos pudessem ser feitos. O que aconteceu realmente, eu nunca descobri. Só sei que algo bem grande e pesado caiu sobre uma luminária frágil que estava fixada em um forro fino de PVC e não caiu em cima de mim; o que poderia ter causado a minha morte. Se a segunda cirurgia não foi feita sob risco de morte, certamente, fui livrado da morte nessa ocasião. Já no outro quarto, o médico notou que minha cor estava pálida e achou melhor eu receber transfusões de sangue, uma vez que até aquele momento eu ainda não havia recebido nenhuma, apesar de já ter passado por duas cirurgias. Os dias seguintes se passaram até que chegou a quarta-feira na qual ocorreram os fatos narrados no primeiro capítulo deste volume. Algumas pessoas acreditam que quando alguém coloca a vida nas mãos de DEUS, tem que ficar isento de todas as aflições da vida e que nada de desagradável deverá lhe acontecer. Isso não é verdade. O próprio SENHOR JESUS enfrentou terríveis aflições quando esteve aqui e afirmou: “Eu lhes disse essas coisas para que em mim vocês tenham paz. Neste mundo vocês terão aflições; contudo, tenham ânimo! Eu venci o mundo” (João 16:33). Há pessoas que rejeitam a DEUS porque acham que Ele não faz as coisas como elas esperam. Se Ele pode todas as coisas, pensam elas, tem a “obrigação” de impedir todos os males do mundo e fazer tudo andar certinho. Essas pessoas, infelizmente, não conhecem a DEUS e jogam fora tudo de bom que Ele quer fazer por elas. Para essas pessoas é “tudo ou nada”; ou DEUS faz tudo como elas acham “certo” ou não querem saber dEle. Você desiste de um amigo quando ele não faz tudo que você quer? Será que isso é amizade de verdade? DEUS quer ter um relacionamento verdadeiro conosco; mas não conseguiremos tirar o melhor proveito desse relacionamento achando que Ele tem que fazer tudo “do meu jeito”. Não se pode ter um bom relacionamento começando o mesmo com críticas e exigências. DEUS não é nosso “empregado” e não tem obrigação nenhuma conosco. Se quisermos tê-lo como Amigo, precisamos estar dispostos a ser amigos dEle. Você saberia ser um bom amigo ou amiga de DEUS? É assim que começam a melhores mudanças na vida. Antes de começarmos a entender a razão de Ele permitir que coisas ruins aconteçam, precisamos entender que Ele nos ama e quer cuidar de nós. Se não o aceitamos verdadeiramente como nosso Pai, que nos ama e quer fazer o melhor por nós, não temos o direito de pedir-Lhe “satisfações” sobre esta ou aquela coisa que aconteceu no mundo e que, segundo pensamos, Ele deveria ter impedido. DEUS tem muito a nos oferecer; mas depende de nós estarmos aptos a receber o melhor que Ele tem para nós.
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