Depois da Cirurgia
Não Foi Por Acaso
No dia seguinte acordei na sala de recuperação. A cirurgia tinha começado por volta das 21h do dia anterior e prosseguiu até depois da 1h da madrugada seguinte. Ao acordar recebi os primeiros atendimentos e fui informado do que havia acontecido: Fora uma cirurgia de alto risco e a apendicite havia atingido grau quatro, que é letal em grande parte dos casos. Os meus rins estavam funcionando, mas meu baço não suportou e teve que ser removido; a infecção o havia inutilizado completamente.
Em condições normais a recomendação seria de que eu fosse para a UTI; mas a mesma estava lotada. Enquanto aguardavam uma vaga os médicos chegaram à conclusão de que eu estava reagindo muito bem ao pós operatório e poderia ir direto para um quarto; e assim foi feito ainda naquele dia.
Fiquei vários dias internado. Meu organismo estava bem debilitado e durante muito tempo a sonda que permanecia dentro do meu nariz continuava limpando grande quantidade de sujeira que havia se espalhado pelo meu organismo. O apêndice havia rompido o intestino grosso que se esvaziou dentro do meu abdome. Durante a cirurgia todos os meus órgãos abdominais tiveram que ser movimentados e lavados, incluindo os intestinos, que precisaram ser puxados para fora durante os procedimentos.
Os dias foram se passando e eu tinha muita dificuldade para dormir, tanto de dia como de noite. Por vezes eu ficava apenas de olhos fechados, tentando relaxar o máximo que podia, tentando tirar o máximo proveito possível daquele repouso, na esperança que o mesmo contribuísse para a minha recuperação. As noites eram longas e os dias demoravam a passar. As fortes medicações deixavam a minha mente sobrecarregada e até mesmo o movimento dos carrinhos de medicação ou com as roupas da lavanderia do hospital soavam como se uma locomotiva estivesse passando ao lado da minha cabeça. Não dava para dormir.
A melhora definitiva parecia demorada e eu me sentia muito cansado. Eu desejaria ir para casa, mas sabia que só quando os médicos entendessem que eu estava bem poderia ir. Sempre que uma oportunidade surgisse eu mostrava minha gratidão a DEUS por ter preservado minha vida e estava ciente de que Ele havia cuidado de mim, pois a gravidade do meu quadro poderia facilmente ter sido letal.
Quando quieto, eu ficava, frequentemente, conversando com meu Pai do Céu e, numa dessas ocasiões, Lhe falei: “Pai, estou muito cansado, cansado de ficar aqui. Não consigo relaxar e dormir, pois o meu organismo não está reagindo bem. Pai, eu não sei se serei chamado a passar por mais alguma prova no que diz respeito à minha saúde e não sei o que o SENHOR está vendo em meu futuro. Às vezes sinto que esse momento de provação pode não ter acabado. Mas, Pai, estou cansado; me ajude. Eu gostaria de ficar bom e ir para casa definitivamente; mas se eu tiver que passar por mais alguma prova, eu gostaria de poder ir para casa ao menos por algum tempo, para eu me sentir mais aliviado. Gostaria de descansar. Por favor, Pai, cuide de mim como sempre tem cuidado, e me tire daqui o mais rápido possível; se não para ficar em casa definitivamente, ao menos por algum tempo antes de eu passar pelo que seja preciso. Peço em nome do SENHOR JESUS. Amém”.
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Texto extraído do livro
Não Foi Por Acaso
da Editora Luzes da Alvorada.
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