Pedra de Tropeço
Histórias Inesperadas
Aquela foi uma noite sombria; mas, como tudo nesta vida, também passou. O turno dela terminou, outra enfermeira assumiu o seu lugar e as coisas voltaram à normalidade. Passou-se o dia seguinte e chegou a noite, quando outra enfermeira deveria cuidar do meu caso pelas doze horas seguintes. Felizmente, tal qual a luz do sol após as trevas, a enfermeira que chegou era uma pessoa simples que não tentava fazer exibições de “cristianismo” por sua aparência, nem por suas palavras ou cânticos; mas que agia de uma forma tão nobre, competente e responsável, que fui levado a perguntar-lhe se ela pertencia a alguma igreja. E qual não foi a nossa surpresa, não só minha como dela também, quando descobrimos que ambos partilhávamos a mesma fé.
Não me lembro de ter ouvido essa enfermeira cantar uma nota musical sequer, mas a vida e a conduta dela ainda ressoam em minha memória como uma linda melodia. Ela me tratou com o respeito e a dedicação não de uma simples enfermeira, mas de uma mãe, mesmo antes de havermos descoberto nossa identidade religiosa; tão diferente da anterior que, tristemente, cantava com a boca e com a voz, mas cuja vida desafinava.
Eu sou músico. Comecei a estudar música com meu pai, que também era músico, quando eu era ainda bem pequeno. Gosto muito de música, tanto que, mesmo naquele estado físico, eu tentava cantarolar bem baixinho, de longe, ainda que completamente sem forças, as mesmas melodias que aquela enfermeira insensata cantava, uma vez que eu também as conhecia. Mas eu cantava pelo conforto que aquelas músicas poderiam me trazer, não pelo escândalo que seus atos haviam causado.
“Ai do mundo por causa dos escândalos! Eles são inevitáveis, mas ai do homem que os causa!” (Mateus 18:7 - VC). Estas palavras foram ditas por ninguém menos que o próprio SENHOR JESUS. Outra tradução expressa essa mesma verdade nas seguintes palavras: “Ai do mundo, por causa das coisas que fazem tropeçar! É inevitável que tais coisas aconteçam, mas ai daquele por meio de quem elas acontecem!” (Mateus 18:7). Até mesmo a idéia de podermos ser motivo de tropeço para outras pessoas já é algo muito triste. Devemos temer por nós mesmos para que, mesmo sem querer ou sem saber, não venhamos a fazer com que outras pessoas tropecem.
Você já viu alguém que professava uma religião e que lhe causou escândalo e decepção? Não se assuste! Essas coisas sempre existiram no mundo! A história humana sempre teve seus registros manchados por incontáveis casos de pessoas que viveram em suas vidas a filosofia do “faça o que eu mando, mas não faça o que eu faço” ou algo ainda pior. Desde Caim, o primeiro assassino do planeta Terra, passando pelos terríveis fatos ocorridos nos dias de JESUS, quando os próprios líderes religiosos de então o condenaram à morte, passando ainda pela idade média, quando pessoas supostamente religiosas cometeram as piores atrocidades durante a inquisição, afirmando que agiam em nome de DEUS ou com a autoridade dEle, até os dias atuais, quanto é tão fácil nos deparamos com alguém que desonra a fé que professa.
Mas, será que o Soberano do Universo não se importa com o fato de que seres humanos se prestem a fazer o mal, agindo de forma abominável, denegrindo o caráter dEle sem que Ele leve isso em conta? Podemos afirmar com a mais absoluta certeza que Ele não vai deixar os escândalos passarem despercebidos. O SENHOR JESUS em pessoa afirmou: “Mas se alguém fizer tropeçar um destes pequeninos que crêem em mim, melhor lhe seria amarrar uma pedra de moinho no pescoço e se afogar nas profundezas do mar” (Mateus 18:6).
Cabe aqui relembrar um alerta dado pelo Apostolo Paulo: “Nos últimos dias sobrevirão tempos terríveis” (2 Timóteo 3:1). E ele prossegue citando algumas das características das pessoas desse tempo afirmando que elas seriam egoístas, avarentas, caluniadoras, cruéis, etc. Ele encerra a tenebrosa descrição dizendo que elas teriam “aparência de piedade, mas negando a eficácia dela”.
Desde a queda de Adão e Eva sempre existiram pessoas de má índole no planeta, portanto não é do mundo em geral que o apóstolo está falando, pois não seria nenhuma novidade. O que o afligia e que o levou a dar o alerta é o fato de que nos “últimos dias” haveria uma quantidade exagerada de pessoas com “aparência de piedade” (verso 5-ACF), que estariam “sempre aprendendo, mas não conseguem nunca chegar ao conhecimento da verdade” (verso 7), “de coração pervertido, reprovados na fé” (verso 8-VC). Onde mais, em nossos dias, poderiam ser achadas pessoas com essas características a não ser entre as que professam ser religiosas?
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Texto extraído do livro
Histórias Inesperadas
da Editora Luzes da Alvorada.
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