Sobrecarga Física e Mental
As Aventuras de Orchard
A sobrecarga física e mental pode gerar outros tipos de consequências e perdas que atingem também a terceiros. O fracasso de um profissional ou de um empresário afeta não somente a ele, mas também aos seus clientes, aos seus empregados ou subordinados e às suas famílias, além da sua própria família. Analisemos apenas algumas dessas perdas:
1. A perda da capacidade de planejamento. Um ditado popular afirma que “quem trabalha demais não tem tempo para ganhar dinheiro”. A principal causa de esse dito se tornar efetivo na vida de tantas pessoas é o fato de que uma pessoa sobrecarregada não está apta a fazer bom planejamento. Além da falta de planejamento existe a chance de o mesmo ser feito de maneira equivocada, talvez por ter sido feito apressadamente, deixando-se de levar em consideração fatores relevantes que sejam capazes de mudar totalmente o rumo dos acontecimentos e trazer resultados totalmente inesperados. O bom planejamento é fundamental para o sucesso na administração, seja de uma empresa, de simples negócios pessoais ou da própria rotina da vida. Embora fosse um homem trabalhador e até mesmo um empreendedor ousado, Orchard não era um bom administrador e seus planos não iam muito longe sem que surgissem problemas. Muitos enfrentam hoje a mesma situação simplesmente por se permitirem levar uma vida sobrecarregada que não lhes dá tempo para refletir adequadamente durante o planejamento, se é que o fazem.
2. A perda da saúde e da produtividade. Quem nunca faz manutenção em seu carro pode sofrer um acidente ou acabar descobrindo que o mesmo está sucateado, com tantos defeitos acumulados que nem compensa tentar recuperá-lo. Da mesma forma, um alfaiate que nunca afia a sua tesoura um dia vai ter dificuldade até para cortar um simples pedaço de tecido. A questão é que uma vida sobrecarregada compromete a saúde; e se prejudica o organismo, compromete a eficiência e afeta a produtividade.
“Tudo que o homem semear, isso também ceifará” (Gálatas 6:7 - AA). Embora essa frase se aplique a todas as questões da vida, a saúde é um exemplo de como a lei de causa e efeito opera. Não existem desculpas ou exceções e não há como dizer que foi “por uma boa causa”. Se prejudicarmos nosso organismo por práticas inadequadas, pagaremos o preço; e o efeito é cumulativo.
Quanto mais jovem, mais autoconfiante é a pessoa quanto a essa questão e potencialmente mais incrédula de que está atualmente definindo como serão seus anos finais de vida. Mas, quando os anos passam, não adianta protestar; os maus-tratos recebidos pelo organismo com o passar do tempo transbordam em dores, sofrimento e debilidade. Está comprovado que a longevidade e a qualidade de vida são promovidas por um estilo de vida saudável; ao passo que o desregramento e a sobrecarga produzem efeito contrário. Este assunto é amplamente analisado no livro “Como chegar aos 100 anos com saúde”, publicado por esta editora, o qual traz conselhos sobre como melhorar nossa qualidade de vida nos anos que ainda temos pela frente.
3. A perda do domínio-próprio. Outra perda inestimável da qual a pessoa sobrecarregada é vítima é a do domínio-próprio. Não é segredo o fato de que uma pessoa sobrecarregada tem menos paciência. Mas a dificuldade para controlar a raiva ou o temperamento é apenas uma evidência da perda do domínio-próprio, que torna a pessoa uma presa fácil das más tendências interiores e das influências ruins que estejam ao seu redor. Estando sobrecarregada ela “cai em tentação” mais facilmente em coisas nas quais não cairia em outras circunstâncias. A perda do domínio-próprio compromete também a perseverança e a determinação, tão essenciais na vida de quem deseja vencer. Achando que está fazendo mais, a pessoa que se sobrecarrega está prejudicando aquilo de que necessita para ir mais longe, além de aumentar as chances de cometer erros. Será que tal perda vale a pena?
Um exemplo famoso de vida destruída pela falta de domínio-próprio foi a de Alexandre Magno, o grande imperador da Grécia que subiu ao trono aos vinte anos de idade. Em cerca de uma década ele venceu a Pérsia e tornou-se o maior governante do mundo, mas perdeu a luta pelo domínio-próprio e pela vida. Os historiadores apresentam diferentes versões para a causa da sua morte, sendo que as mais conhecidas afirmam que, depois de anos de bebedeira, ele começou a passar mal no final da sua última festa, na qual ele bebeu exageradamente, vindo a falecer entre onze e quatorze dias depois. Alguns teorizam de que ele teria bebido vinho envenenado; mas os venenos conhecidos na época não demorariam tantos dias para matar. Outros sugerem várias possibilidades de doença ou mesmo de algum ferimento. Mas o fato é que em sua vida desregrada não faltava agitação, bebedeira e orgia.
A perda do domínio-próprio é o principal elemento a contribuir para que a pessoa se torne vulnerável aos riscos que havíamos citado anteriormente, sendo vencida pelos vícios, pela glutonaria (comer em excesso) ou mesmo pela promiscuidade. Salomão escreveu: “Como a cidade com seus muros derrubados, assim é quem não sabe dominar-se” (Provérbios 25:28 - NVI). “Melhor é o homem paciente do que o guerreiro, mais vale controlar o seu espírito do que conquistar uma cidade” (Provérbios 16:32 - NVI).
Foi o próprio DEUS quem disse a Caim: “Se você fizer o bem, não será aceito? Mas se não o fizer, saiba que o pecado o ameaça à porta; ele deseja conquistá-lo, mas você deve dominá-lo”. (Gênesis 4:7 - NVI). Uma pessoa movida pelo impulso tem dificuldade de controlar seus desejos, por piores que sejam. É mais facilmente seduzida pelas aparências, pelas falsas promessas e pelo desejo de aventura. Esse é o cenário que vemos na vida de Orchard quando abandonou a família e correu atrás de uma aventura que lhe custou a dignidade e o sucesso na vida.
Pitágoras disse que “nenhum homem é livre, se não sabe dominar-se”. Platão acrescentou: “vencer a si próprio é a maior das vitórias”. Leonardo da Vinci ampliou este pensamento dizendo que “não há domínio ao mesmo tempo maior e mais humilde que o que exercemos sobre nós próprios”. Albert Scheweitzer, ganhador do Premio Nobel da Paz em 1952, completou afirmando que “o mundo tornou-se perigoso porque os homens aprenderam a dominar a natureza, antes dominar a si mesmos”. Com tantas vozes respeitadas pela humanidade falando em uníssono com os ensinos bíblicos sobre esse assunto, não é prudente deixar que sobrecarga na rotina diária prejudique nosso domínio-próprio.
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Texto extraído do livro
As Aventuras de Orchard
da Editora Luzes da Alvorada.
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